O amadurecimento do tema, e a maior compreensão do conceito por parte da sociedade, e, em especial, das empresas, está favorecendo muito a implantação dos Programas de ESG e de Sustentabilidade nas organizações, mas podemos (e devemos) ir bem além. Precisamos conhecer e aproveitar as oportunidades de desenvolvimento.
Passada a fase inicial, da informação básica, e do conhecimento mínimo, acerca dos vetores ESG, e dos diversos ganhos e vantagens que ele confere aos negócios e às empresas (além, é claro de seus pilares centrais), tudo indica que tenha chegado a hora das empresas, e do próprio País, perceberem que o seu fortalecimento ajuda muito no desenvolvimento econômico, sob diversos prismas. ESG é oportunidade e é preciso que esse aspecto fique cada vez mais claro para todos.
O que por vezes é inicialmente visto, e até tratado, em algumas organizações, como dificuldade, aumento de complexidade, e até custo, já se mostra, em verdade, como oportunidade, e como vetor de desenvolvimento, seja de segmentos e de áreas, de comunidades e de regiões, e mesmo da economia como um todo.
A base ESG prega uma nova consciência corporativa, e um novo modelo de negócios, que precisa ser criada e desenvolvida na cultura das empresas, por seus próprios valores e propósitos; mas o Estado pode ajudar bastante, e fomentar várias dessas iniciativas, que em seu conjunto tendem a melhorar e a resolver várias questões nacionais críticas.
Num País tão grande e diverso, é sabido que as realidades são muito, muito, distintas, de região para região, e de grupos sociais para grupos sociais, de forma que é preciso que não apenas passemos a ver essas desigualdades e carências, como fatores a serem atendidos, e situações a serem revertidas, mas também como oportunidades de negócios e de desenvolvimento.
Vários dos “problemas”, precisam ser vistos como oportunidades, e se bem fomentados e organizados, gerarão vantagens para todos.
O que em muitos casos é visto como problema, e como dificuldade, como o desemprego, a falta de financiamento, os problemas sociais e as carências, assim como questões ambientais, pode, e precisa ser, visto como oportunidade, de geração de renda, de negócios, de empregos, e de desenvolvimento, inclusive econômico. Por vezes, em especial, em comunidades mais distantes e carentes.
Sabemos que ainda que as empresas mais famosas e conhecidas em geral sejam as grandes, são as micro, pequenas e médias empresas que existem em maior número no mundo todo, geram mais negócios, mais empregos e mais dinheiro (em seu agregado total). E o ESG pode justamente apoiar a geração de mais e mais iniciativas “pequenas”, que tendem a crescer, gerando desenvolvimento local e regional. E sob vários aspectos.
A economia brasileira precisa crescer, por diversas razões, e justamente a pauta da sustentabilidade que ainda precisa ser melhor conhecida por alguns, pode ajudar tremendamente – especialmente se passarmos a considerar o que cada região do país mais precisa, buscando formas de transformar dificuldades e problemas em soluções.
Milhares ou até milhões de negócios e de empresas, inicialmente pequenos, podem ser gerados no Brasil, inclusive nas regiões mais distantes e isoladas, em função do ESG, e o que no começo poder se visto “apenas” como investimento social e ambiental, tende a gerar resultados muito maiores (notadamente, financeiros e econômicos).
Está, também, na hora, do nosso País conseguir financiamento, muitas vezes “a fundo perdido”, de diversas partes do mundo, justamente para essas iniciativas, pois há dinheiro para essas questões, e nem sempre há bons projetos. Precisamos desenvolver essa questão “por aqui”, atraindo investimentos de várias origens, para revolver as nossas questões, mas na área ambiental ajudar, também, globalmente.
Um dos grandes exemplos atuais é a questão de geração de energia limpa e renovável através de outros modais, como a energia solar e a eólica, que muitas vezes podem ter suas bases de captação e geração instaladas, justamente em áreas e em comunidades carentes, inclusive locais muito “distantes e isolados”, e até desertificados. Onde falta tudo, até energia, por vezes pode ser instalado um polo gerador, transformando toda a região.
Áreas que por vários razões talvez não sejam (propriamente) “viáveis” para utilização no segmento agro, e que talvez também não sejam para outras atividades “mais tradicionais”, por falta de energia ou de água, pela pobreza do solo ou outros fatores, com frequência são, justamente, as melhores para a instalação das fazendas de produção de energia, que podem atender tanto a comunidade local (que muitas vezes nem acesso a energia tem), quanto ser “transportada” para outras localidades. O “ganha ganha”, pode ser inquestionável.
Investimentos nessa linha, atendem a vários interesses e necessidades, melhoram a vida das pessoas na região, geram empregos e renda, ajudam o meio ambiente – e tendem a gerar, também desenvolvimento e ganhos, às empresas diretamente envolvidas e ao País.
O mesmo conceito pode, e precisa, ser estendido a negócios em geral, especialmente as indústrias, que muitas vezes precisam deslocar (até importar) insumos e matérias primas de locais muito distantes, ao passo que com frequência, em decorrência de investimentos sociais nem sempre vultosos, podem ajudar comunidades próximas a criar novos negócios, que justamente lhes forneçam, ao menos, grande parte do que precisam.
Frequentemente, o que começa com ação social para ajudar a gerar empregos e renda à comunidade próxima das empresas, rapidamente vai bem além, gerando maior envolvimento de toda a comunidade, redução de custos, e com isso aumento de lucros para as empresas. Sem contar a melhoria da imagem e outros ganhos.
De outro lado, a atividade de reflorestamento, tão importante e necessária em todo o planeta, que precisa de mais investimento no Brasil, pode e deve gerar, também emprego e desenvolvimento regional, uma vez que as próprias comunidades que vivem em áreas desmatadas e por vezes degradadas, justamente precisam de emprego e de renda – podendo trabalhar nesses projetos. Sabemos que o reflorestamento não é apenas questão de consciência e ambiental, mas é também um negócio!
Diversas dessas atividades são bem mais simples do que parecem à primeira vista, e em muitos casos há oportunidades de financiamento barato e abundante, seja de bancos de fomento, de organismos internacionais, e até dos famosos créditos de carbono.
Esse tema (dos créditos de carbono), inclusive precisa ser muito melhor entendido e aplicado no Brasil, pois “o mundo todo” precisa de bons projetos, e nós podemos criá-los.
O exemplo de se tratar o reflorestamento como atividade econômica desenvolvimentista, tanto em termos ambientais como sociais, também deve ser encarado como vetor de desenvolvimento econômico, especialmente no caso brasileiro.
O mesmo raciocínio é aplicável à geração de negócios pequenos locais, que ajudem, também, na produção de alimentos e de bens de toda natureza, inclusive, com a cultura e a modelagem corretas, de forma muito mais barata e sustentável do que em grandes empresas.
Muitos dos “tradicionais” problemas brasileiros, podem ser fortemente equacionados através das práticas ESG, que em seu conjunto e com o tempo, mudarão grande parte de nosso quadro ambiental, social e econômico. Basta que mais empresas e executivos conheçam mais sobre o conceito e procurem maneiras de viabilizar iniciativas e projetos, que beneficiarão a todos.
Rapidamente o ESG demonstrará que se trata, também, de um importante vetor de desenvolvimento econômico, para o País todo (no caso brasileiro) e para as empresas.
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