As “StartUps” são, genérica e popularmente, conhecidas pela inovação, de forma que esse conceito de “fazer de uma forma diferente” já faz parte do próprio contexto; e precisa ser entendido (e aplicado) de forma mais ampla e eficaz.
O “diferente e potencialmente mais inovador” precisa passar a incluir, também, o “fazer melhor”, e de maneira mais consciente e sustentável.
Já faz um tempo que as StartUps estão sendo cobradas pela sustentabilidade econômica, uma vez que muitas delas chegam ao mercado como “grandes promessas”, mas nem todas conseguem, de fato, sobreviver. E em vários casos não se mostram efetivamente rentáveis.
Grande parte do mercado já não aposta mais em “apenas boas ideias”, e cobra delas um modelo que seja realmente rentável, mas que seja, também, mais moderno no contexto inteiro.
A questão da sustentabilidade precisa ser melhor entendida, pelas empresas em geral, e também nas StartUps, e esse tema envolve tanto a sustentabilidade econômica quanto os aspectos sociais e ambientais.
E, de outro lado, é preciso que investidores, executivos e organizações passem a encarar a sustentabilidade não apenas pelos possíveis “desafios”, como também pelas oportunidades.
No tocante ao aspecto ambiental, muitas dessas empresas “novas” acreditam (e informam) já “nascerem” sustentáveis, pois várias delas usam “apenas” tecnologia e não afetariam negativamente o meio ambiente.
Embora nem sempre a questão seja tão simples, e seja necessário avaliar a totalidade das ações (concretas e detalhadas) da organização (dos aspectos mais simples como o uso consciente de energia, de água, e dos demais recursos e insumos, aos mais complexos), realmente o aspecto ambiental pode estar melhor equacionado naquelas que sejam mais conscientes.
O aspecto social, porém, nem sempre tem acompanhado a mesma lógica, e um dos pontos que merecem muito destaque é questionar (e saber) o que essas empresas estão realmente fazendo para demonstrar sua preocupação, e o seu cuidado, com as pessoas – e para refletir a maior diversidade possível em seus quadros.
Empresas novas, que geralmente nascem pequenas, têm uma enorme oportunidade para “já nascerem” mais sustentáveis, inclusive do ponto de vista do respeito social, e das melhores escolhas em termos de combate a preconceitos e exclusões. Precisam, assim, focar, também, na diversidade. E o desafio pode ser bem menor do que se imagina, e ser, também, benéfico para todos.
A Diversidade de pessoas é um dos principais temas sociais da atualidade, e tem se tornado, também, um dos mais urgentes no ambiente corporativo; no qual esse dado da realidade humana precisa ser efetivamente inserido nas organizações.
Como se sabe, a diversidade na sociedade é um fato, mas para que esteja de fato presente nas empresas é necessário que algumas escolhas, e atitudes, sejam implementadas, com foco “nesse olhar”.
Nesse contexto da diversidade dizemos que a diversidade é um dado, mas a inclusão efetiva nas organizações demanda escolhas melhores, e atitudes antidiscriminação, com foco na inclusão real.
As StartUps têm uma enorme oportunidade de se beneficiar da diversidade, e do mix vencedor que trazem às organizações, por exemplo através do combate a preconceitos que lidam com gênero, idade, condição física e intelectual, raça, e tantos outros.
De forma geral, as “startups” focam em inovação, mas a experiência mostra que por vezes essa inovação está pautada apenas em automação, ou ainda em tecnologia, que de fato podem ser consideradas “novidade”, mas que não devem ser vistas como as únicas maneiras de se realizar atividades e negócios “de outra forma” ( mais ainda, “de uma forma melhor!”).
A pauta ESG vem cobrando do mundo corporativo, uma nova mentalidade de negócios, através de uma nova visão de pilares fundamentais para a humanidade, e que muito se relacionam com os propósitos das organizações.
Um dos alegados “complicadores” para a efetiva adoção de modelos corporativos sustentáveis seria o custo ou a complexidade dos necessários “ajustes”, e da transição para estruturas mais conscientes.
Sabemos que muitas das ditas “dificuldades” decorrem mais de visões equivocadas das questões envolvidas (ou da falta de conhecimento mais profundo dos caminhos para os novos modelos de negócios que sejam realmente melhores) do que de obstáculos reais, de forma que é mais adequado que sempre realizemos uma análise detalhada de cada caso.
No tocante à diversidade, e no caso específico das “StartUps”, observamos que o que em outras organizações talvez seja mesmo mais complexo, nelas o que em geral ocorre é justamente o contrário. O desafio envolve, na verdade, oportunidades. E por várias razões.
Organizações mais “maduras”, com processos e modelos já muito estruturados, de fato nem sempre podem ser “ajustadas” rapidamente, e demandam programas de transição, para que passem a fazer escolhas melhores, e que consigam “consertar” aspectos que já não cabem no mundo atual.
Na mesma linha, empresas já muito grandes e “estabelecidas”, por vezes, de fato, precisam de mais investimento e de mais tempo para adaptar suas antigas políticas e os seus processos, do que as jovens. E é nesse contexto que vemos as StartUps como o contexto “ideal” para que as escolhas corretas e sustentáveis sejam realizadas, desde o “começo”.
Da criação dos primeiros grupos de pessoas, às estruturações de seus quadros de colaboradores “totais”, bem como no tocante a seus parceiros e fornecedores, essas organizações que se dizem “mais modernas” têm a grande oportunidade de comprovar, na prática, que de fato o fazem.
De outro lado, e felizmente, vários investidores, e potenciais parceiros das StartUps já estão cobrando dessas empresas, que justamente já comecem suas operações com mais foco ESG, e no tocante ao aspecto social, que dediquem atenção à diversidade.
Muitos investidores, por exemplo, têm cobrado que a diversidade nessas empresas já faça parte efetiva, desde o começo, da diretoria e do conselho, para que dessa “mescla” socialmente mais adequada já se consiga, também, decisões melhores.
Um dos pontos que mais tem chamado a atenção é o combate ao etarismo, que “tem expulsado do mercado” pessoas da chamada categoria 50+ (cinquenta mais), que além de ser injusto, de demonstrar falta de consciência social, e de ser preconceito, ainda reflete a falta de percepção dos ganhos que as empresas têm ao contar com os profissionais mais seniores, em seu mix de colaboradores.
Felizmente, já são muitos os exemplos de investidores que cobram de potenciais “investidas” um quadro de diretores/conselheiros que seja diverso, sob vários aspectos, inclusive de idade (em função da experiência).
Cada vez mais temos visto em operações societárias a demanda pela experiência nos corpos diretivos das organizações, e tem crescido a percepção de que corpos diretivos melhores, demanda a diversidade em sua composição.
O principal, neste momento, é efetivamente avaliar as composições do “mix” de colaboradores e parceiros nas StartUps, e utilizar essa questão social extremamente importante, como aliada na sustentabilidade, e aproveitar as oportunidades.
Avaliemos melhor e mais de perto esse tema nas organizações em geral, e veremos o quanto se pode melhorar e evoluir, com escolhas melhores e mais sustentáveis, que muitas vezes não custam nada a mais, e podem, inclusive, gerar empresas melhores, mais atrativas, e mais rentáveis.
Conheça o curso de Liderança ESG da LEC e dê um passo em direção ao seu sucesso profissional.