Em 2024, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro apresentou avanços significativos, embora desafios persistam.
2023 – Aumento na Ocupação Feminina
No ano de 2023, o Brasil alcançou um recorde histórico no número de mulheres no mercado de trabalho. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, 43.380.636 mulheres estavam ocupadas, superando o número de 42.675.531 registrado em 2022.
- A região Sudeste liderou com 20.022.406 trabalhadoras, seguida pelo Nordeste com 9.332.860 e o Sul com 7.023.526.
- O estado de São Paulo se destacou, com 10.953.039 mulheres ocupadas.
- 2023 – Setores de Atuação Feminina
- As mulheres predominaram em setores como:
- Educação, saúde humana e serviços sociais: 9.683.770 trabalhadoras.
- Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas: 7.938.651.
- Serviços domésticos: 5.538.947.
Além disso, nos setores de serviços domésticos e alojamento e alimentação, as mulheres superaram os homens em número de ocupação.
2023 – Sobrecarga de Trabalho
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelaram que as brasileiras dedicam, em média, 21,3 horas semanais às atividades domésticas, enquanto os homens dedicam apenas 11,7 horas. Essa “dupla jornada” acaba prejudicando o desenvolvimento profissional das mulheres.
2023 – Informalidade e Precarização
A informalidade no mercado de trabalho ainda impacta muitas mulheres, principalmente as negras.
- No 4º trimestre de 2023, 41,9% das mulheres negras estavam em empregos informais, comparado a 32,6% das mulheres não negras.
A informalidade reduz os rendimentos e dificulta o acesso a direitos trabalhistas.
2024 – Desigualdade Salarial
Apesar dos avanços no mercado de trabalho, a desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste. O 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial de 2024 revelou que:
- As mulheres ganham, em média, 19,4% a menos que os homens.
- Entre mulheres negras, a situação é ainda mais difícil, pois elas representam 16,9% dos vínculos empregatícios e enfrentam as maiores desigualdades salariais.
2024 – Legislação para Igualdade Salarial
Para enfrentar essa desigualdade, o governo sancionou a Lei nº 14.611/2023, conhecida como Lei da Igualdade Salarial. Essa lei garante que pessoas de todos os sexos, raças, etnias, origens ou idades recebam salários iguais para funções equivalentes. A medida também busca promover mais diversidade e inclusão no mercado de trabalho.
Conclusão
Em 2024, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro avançou, mas ainda existem muitos desafios:
- Desigualdade salarial.
- Sobrecarga de trabalho.
- Alta informalidade, especialmente entre as mulheres negras.
A implementação de políticas públicas, como a Lei da Igualdade Salarial, é um passo importante para reduzir essas desigualdades e garantir um mercado de trabalho mais justo e equitativo para todas as mulheres.
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Por Raquel de Paula, profissional de Compliance desde 2016, focada em garantir integridade organizacional, com responsabilidades como gestão de canal de denúncias, investigações internas, políticas e normativas, além de liderar eventos de diversidade no CWC Compliance Women.
Imagem: Envato