Engajar os colaboradores nos treinamentos de Compliance sempre foi um desafio. Por isso, ao longo do tempo, os tipos de treinamento foram se aperfeiçoando para atrair os colaboradores. Foram incluídas dinâmicas, jogos e palestras com profissionais reconhecidos no mercado, o que facilitou muito a retenção de conhecimento dos colaboradores.
Porém, com a pandemia, o desafio dos treinamentos voltou. Manter os treinamentos no ambiente virtual dificultou a retenção de conhecimento e manutenção da cultura ética. Agora, no pós-pandemia, a dificuldade permanece principalmente nas empresas com modelo de trabalho totalmente virtual ou híbrido.
No ambiente virtual, é difícil fazer os colaboradores se interessarem pelo conteúdo e entenderem o real motivo e valor daquele treinamento. Mesmo os melhores treinamentos virtuais, que obrigam os colaboradores a ler o conteúdo para passar para a próxima etapa incluindo um teste ao final, não necessariamente garantem a retenção de conhecimento e engajamento dos colaboradores.
No ambiente híbrido, é difícil atingir todos os colaboradores, pois nem todos estarão presentes no dia de um treinamento presencial. E o treinamento efetivamente híbrido, com o objetivo de atingir quem está presente e quem está de home office ao mesmo tempo, gera muitos problemas técnicos e requer diversas pessoas atuando para prevenir ou resolver os problemas que surgirem.
Um dos papéis do Compliance Officer é garantir que todos os colaboradores foram treinados, com evidências dos treinamentos. Essa é a parte fácil, pois as listas de presença ou listas de conclusão de treinamento virtual bastam como comprovação. Mas também é necessário garantir a retenção do conhecimento. Essa é a parte difícil, pois um teste ao final pode servir como evidência de retenção para fins de auditoria ou certificações, mas de forma prática não é garantia de que os colaboradores efetivamente entenderam o conteúdo e estão engajados com o propósito.
Por isso, a discussão sobre ética e integridade deve fazer parte da rotina da empresa. Para garantir a cultura ética, nada substitui o bate papo nas reuniões de equipe e as conversas leves e informais. Porém, para que esses momentos aconteçam, é importante que as áreas da empresa vejam valor em ter a área de Compliance presente, a vejam como um business partner para viabilizar as atividades, se sintam seguras e confortáveis para levantar dúvidas e fazer comentários. Os encontros em pequenos grupos (seja virtual, presencial ou híbrido) entre as diversas áreas e Compliance são os mais efetivos.
Ocorre que, para atingir esse resultado, é importante que a equipe de treinamento de Compliance tenha soft skills, como iniciativa, empatia, comunicação assertiva, flexibilidade, capacidade de resolver problemas, relacionamento interpessoal e, claro, leveza, para fazer com que os encontros também sejam divertidos e produtivos. Dessa maneira, os treinamentos se tornam consistentemente efetivos.
A efetividade dos treinamentos deve ser o foco principal do Compliance Officer. A busca pela valorização do conteúdo e efetiva retenção de conhecimento deve ser o mecanismo para a evolução da cultura de ética e integridade nas empresas.
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