Cada vez mais empresas estão se preocupando em criar programas de integridade para combater fraudes e comportamentos antiéticos. No entanto, pouca gente sabe que o compliance pode salvar vidas.
Isso porque, ao seguir regras e adotar processos para mitigar riscos, a organização consegue evitar acidentes e outros danos que prejudicam a sua reputação e, muito pior, pode causar mortes. Inclusive, muitos incidentes podem ser evitados, caso as normas de segurança sejam seguidas.
Contudo, esse é só um exemplo de como o compliance pode salvar vidas. Continue lendo o post e entenda por que um programa de compliance bem estruturado é tão importante para as empresas. Não deixe de ler!
O que é compliance?
O termo compliance vem do verbo “to comply”, que em inglês significa estar em conformidade — não é por acaso que se usa a palavra em inglês. As primeiras iniciativas na área foram desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa. Só muito depois essas práticas vieram para o Brasil, trazidas por grandes corporações multinacionais.
Desde então, o compliance evoluiu bastante, com a criação da Lei Anticorrupção e com a instituição de diversos programas de compliance. As empresas estão se esforçando no sentido de avaliar e evitar riscos e combater todo tipo de problema que possa afetar seu funcionamento e sua reputação.
Na verdade, quando uma empresa adota um programa de compliance, de fato, integrado e efetivo, ele atende a todas as áreas da organização. Afinal, a troca de informações é fundamental para que haja conformidade. É o caso, por exemplo, da aplicação de um canal de denúncias, ao qual os profissionais podem recorrer sempre que saibam de alguma situação que precisa ser comunicada aos gestores.
Além disso, o compliance também é um instrumento essencial para a governança corporativa. Para tanto, é necessário contar com um processo sólido na área, com a análise e comprovação de todos os riscos à que a empresa está submetida.
Qual a importância em grandes empresas?
Ora, como já dissemos, o compliance começou como uma iniciativa de grandes empresas e não foi por acaso. As grandes organizações contam com diversas divisões, hierarquias, setores e processos. Existem muitos meios de comunicação, muita troca de informações, diversos públicos — clientes, fornecedores, colaboradores, parceiros etc. — e, claro, todo tipo de risco.
Esses riscos podem acontecer de muitas maneiras e envolvem todas as áreas da empresa. Dessa forma, o compliance age como uma ponte entre os setores, contribuindo para que as ações deles sejam feitas da melhor maneira possível. Por exemplo, se os acidentes de trabalho são de responsabilidade do RH, o compliance pode ajudar a evitá-los por meio da orientação da conduta das pessoas e da própria organização nesses incidentes.
Em outro exemplo, podemos perceber como uma empresa de aviação precisa adotar uma série de procedimentos de manutenção de suas aeronaves. Todos eles envolvem um custo financeiro, processos operacionais e, também, ética.
Afinal, uma empresa decide se vale mais a pena zelar pela segurança dos seus passageiros ou correr o risco de acidentes, além de processos legais e outros problemas. Esse entendimento precisa vir da alta direção e passar por toda a organização.
Para tanto, é fundamental haver treinamentos diferenciados de acordo com o público-alvo. As pessoas em cada setor e em diferentes níveis hierárquicos precisam entender quais os riscos associados a sua atuação, as regras a serem seguidas e as punições a que podem ser submetidas, de maneira isolada e coletiva. Tudo isso é missão do setor de compliance, dentro de um programa contínuo e bem estruturado.
Como o compliance pode salvar vidas?
Ter um programa de compliance ativo previne riscos para a empresa e seus gestores, de maneira mais segura, garante a perpetuidade do negócio, mitigando os riscos legais e de reputação. Porém, o que muitas empresas não percebem é o quanto o compliance pode salvar vidas — um gestor que não compreende isso, ainda não conhece, de fato, os seus riscos.
Isso porque muitos riscos a que uma empresa está sujeita têm responsabilidades civis e criminais. Segundo o mesmo exemplo dado anterior, uma companhia de aviação poderia conhecer bem os seus riscos relacionados à segurança, porém, sem entender o impacto que isso pode representar na vida das pessoas. Ou seja, é preciso se perguntar se todos os pontos foram avaliados, se todas as medidas para evitar problemas foram adotadas e quais as causas para os problemas, quando eles ocorrem.
A área de compliance ajuda os gestores a entenderem melhor esses riscos e como mitigá-los de forma efetiva. Mesmo depois de alguma situação, como no caso de um acidente, o setor investiga o que aconteceu, por que e quem são os responsáveis. Esse procedimento é fundamental para prevenir que situações similares aconteçam. Inclusive, se houve uma falha, não existia um processo, ele falhou ou não foi seguido corretamente.
Obviamente, tudo depende da área de atuação, do nicho de mercado, do tamanho do negócio e de suas relações. A avaliação de riscos é essencial para um entendimento completo de uma empresa. Um programa de compliance é capaz de deixar a organização pronta para lidar com qualquer situação, inclusive quando os riscos estão relacionados às vidas das pessoas.
O que pode ser diferente em tragédias?
Quando acontece uma tragédia envolvendo vítimas, como um acidente de avião, é necessário que a empresa abra uma investigação interna. Ela deve apurar todas as informações, com o envolvimento de diversas áreas, mas, principalmente, do compliance.
Isso não significa que todo tipo de coisa errada que acontecer dentro da empresa deva ser responsabilidade do programa de compliance. No entanto, ele é o encarregado por investigar e descobrir o que realmente aconteceu e quem são os responsáveis, independentemente do nível hierárquico.
Se a empresa não contava com processos robustos suficientes para evitar uma tragédia, é preciso saber quem falhou em desenvolvê-los ou até se essa foi uma decisão da direção. Por isso, é comum que as investigações levem muito tempo, uma vez que precisa ser conduzida de forma estruturada e independente.
Muitas vezes, sobretudo em casos muito graves, vale a pena contar com um serviço terceirizado, sem a participação direta da empresa, ainda que ela deva contribuir.
O fato é que a empresa pode ter feito tudo corretamente e, mesmo assim, acontecer uma tragédia. O compliance pode salvar vidas, mas é preciso haver uma boa apuração e que a empresa assuma todas as responsabilidades, quando necessário.
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