Não há dúvidas de que, atualmente, é praticamente impossível distanciarmos o ambiente digital do analógico, bem como é inegável o impacto dessas duas realidades em nossas vidas. Pensando nisso, falar sobre tecnologia, Metaverso e Compliance é muito relevante não apenas para entender o cenário geral, como também para que os profissionais das áreas relacionadas conheçam em detalhes as oportunidades do mercado.
O que aprender sobre o Metaverso?
Nos últimos meses, o Metaverso tem ganho muita atenção e os melhores profissionais de Compliance — ou seja, aqueles que não gostam de acompanhar os acontecimentos, mas que estudam as tendências para se preparar com antecedência e para se posicionar à frente da concorrência — precisam saber mais sobre pontos específicos que podem ajudar a destravar processos que envolvem as novas tecnologias, transparência, ética e conformidade.
Se você quer se tornar um profissional como este, bem capacitado e preparado para os novos desafios, precisa entender o processo de digitalização e tudo o que a internet 3.0 envolve.
Pensando em apoiar você nessa jornada, o e-book Ensaios sobre o mundo digital — Metaverso, Internet 3.0 e Compliance, foi produzido para dar contexto, explicar conceitos e aprofundar informações importantes sobre dados, NFT (sigla para Non-Fungible Token — Token Não-Fungíve) e muito mais!
Antes de continuar essa leitura, faça o download do e-book e tenha em mãos um material rico sobre tecnologia, Metaverso e Compliance, que vai ser sua base por muito tempo!
O contexto do processo de digitalização
Cada vez mais, vivemos um processo de digitalização e gamificação, que iniciou com a popularização da internet no começo dos anos 2000, impulsionando uma forte mudança nas relações interpessoais e nos hábitos de consumo da população.
Como resultado, observamos um processo de busca frenética de informações, interação social, trabalho, compras e entretenimento no formato digital.
Acreditamos, portanto, que este seja um movimento sem volta. Não apenas porque proporciona uma evolução social e tecnológica positiva, mas, principalmente, porque se trata de um movimento espontâneo, que decorre do condicionamento natural de uma sociedade norteada pela informação e pelo conhecimento.
A internet 1.0 e o início da publicidade on-line
A internet foi concebida em um ambiente chamado de Web 1.0, que foi uma primeira versão ainda muito estática e praticamente sem nenhuma forma de interatividade com os usuários.
Neste período, os protocolos mais utilizados eram o IP (Internet Protocol) e HTTP (o Hyper Text Transfer Protocol Secure). No ambiente virtual estático dos anos 1990, era possível visitar o mesmo local muitas vezes, mas não existia nada de diferente a cada nova visita (a não ser a curiosidade ou obtenção de conteúdo quase sempre escrito) e não havia motivo para retornar a ele.
De qualquer forma, este formato foi muito importante no início da era da internet, pois permitiu a migração da publicidade tradicional para o meio on-line. Quem não se lembra dos banners enormes no MSN (sigla para Messenger, um aplicativo de mensagens) em sites de busca ou das plataformas, ainda bastante arcaicas, que possuíam mais anúncios do que produtos?
A internet 2.0 e as novas formas de comunicação e engajamento on-line
Com o tempo, a maior parte dos sites migrou do formato Web 1.0 para o formato Web 2.0, que possibilitava aos usuários uma interação muito mais dinâmica e participativa.
Com novas ferramentas, os usuários passaram a participar da criação de conteúdo (fotos, vídeos e textos) na web, por meio de blogs e canais, como é o caso do Twitter, Instagram, Facebook, TikTok e muitos outros.
A Web 2.0 permitiu uma maior interação dentro da aplicação, inclusive entre os usuários, e consolidou a utilização da Internet nas mais diversas relações sociais. É o que conhecemos como a era das redes sociais, em que a produção e a promoção do conteúdo não está limitada ao desenvolvedor da página, de modo que os próprios usuários dentro de plataformas centralizadas geram também conteúdo e informação.
A fonte de riqueza, portanto, está na troca de conteúdo, mas o principal beneficiário é, naturalmente, o dono da rede.
A internet 3.0 e o surgimento dos Metaversos
Por sua vez, a Web 3.0 se diferencia das versões anteriores por alcançar novos patamares de divulgação e compartilhamento. Páginas e ferramentas nesse formato conseguem criar inteligência com base na utilização dos usuários e direcionar conteúdos personalizados a esses. Ao acessar uma página, o conteúdo que será apresentado a um usuário não necessariamente será o mesmo apresentado a outro.
Ainda que não exista uma clara definição e limites pré-estabelecidos para a Web 3.0, a tecnologia empregada é eminentemente descentralizada, ou seja, o ente centralizador e agregador perde sua importância se comparado ao modelo Web 2.0.
Como resultado, percebemos um fortalecimento das estratégias digitais de marketing e a constante necessidade das empresas se adaptarem aos padrões de consumo digital, tendo em vista os impactos competitivos decorrentes desse movimento.
Um bom exemplo é o Airbnb, uma plataforma centralizada que oferece imóveis para locação por temporada para os clientes e cobra um fee. Neste formato de web 3.0 uma plataforma descentralizada (sem um” único dono”) faria esta conexão entre os donos de imóveis e os clientes de uma forma ágil e sem intermediação da plataforma. Neste contexto de web 3.0, também surgem os Metaversos.
O que é Metaverso?
O conceito de Metaverso é inovador, quase uma proposta de imersão em filmes que, há pouco tempo atrás, eram considerados de ficção científica, traz consigo um conteúdo imaginário e futurista, que propõe uma conexão entre o mundo real e o virtual, ou melhor, a vida em um mundo virtual, em razão de nossa real existência.
Do ponto de vista corporativo, enxergamos a utilização de Metaversos como um novo canal de vendas obrigatório para as companhias. Da mesma forma que a internet se tornou um canal de vendas para as empresas físicas, os Metaversos serão este novo canal de vendas e oportunidades para as empresas que já vivem no mundo digital.
Imagine visitar a Plaza Mayor na Espanha, entrar em uma lojinha para ter uma aula sobre os famosos embutidos do país, passar no Banco Santander e realizar um saque de dinheiro. Sim, esse saque é realizado pelo seu avatar e dentro do Metaverso, mas que faz o seu celular físico do mundo real apitar. Sim, você efetivamente sacou dinheiro da sua conta bancária e é desse tipo de acontecimento marcante entre on-line e offiline que estamos falando aqui.
Metaverso e Compliance
As áreas de Compliance não podem se permitir desconhecer esse novo universo, ao contrário, devem estudá-lo e conhecê-lo profundamente, a ponto de determinar que a cultura empresarial seja uma extensão e expressão direta da visão e dos valores da empresa do mundo real para o mundo virtual. Assim como também da visão do “colaborador da vida real”, detentor de personalidade jurídica, para qualquer que seja a natureza ou forma de seu avatar (expressão jurídica dos atos de seu autor).
Os pilares de Compliance devem todos estar orientados a essa nova realidade, contando com o apoio da alta administração, não apenas no que diz respeito à exploração econômica do ambiente virtual, mas com o fomento de uma postura ética e razoável nesta plataforma.
Tudo isso, passando por uma detalhada análise dos riscos de integridade envolvidos nestas interações, com os respectivos planos de ação formadores das consequentes políticas internas de Compliance para dar resposta aos eventos de risco relacionados a este ambiente virtual.
Com isso, também é preciso preparar o canal de denúncias para respostas eficazes aos relatos derivados das relações travadas neste novo cenário, bem como realizar treinamentos específicos sobre o uso, limites e agir ético na interação com o Metaverso, dentre outros.
Onde aprender sobre o Metaverso?
Ao apresentar o Metaverso, Mark Zuckerberg falou que nos próximos cinco ou dez anos alguns de nós estarão habitando mundos tão detalhados e convincentes como o “mundo real”. Essa afirmação é, ao mesmo tempo, expressão da mais absoluta e célere capacidade de inovação tecnológica do ser humano.
Ao mesmo tempo, ela também representa uma nova missão para o Compliance, a de acompanhar essa evolução, como uma alternativa de pauta ética à possível incapacidade imediata de controle estatal.
Neste artigo, toquei em pontos que são relevantes quando o assunto relaciona tecnologia, metaverso e Compliance. Agora, você precisa aprender mais sobre tais temas, com detalhes muito mais valiosos
No e-book, Ensaios sobre o mundo digital — Metaverso, Internet 3.0 e Compliance, eu e o meu amigo Rodrigo Pironti procuramos abordar aspectos relevantes sobre as novas tecnologias, fazendo um paralelo com o mundo dos games, NFT e trazendo elementos importantes de conexão com os temas de Compliance, propriedade intelectual e LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
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Artigo por Daniel Sibille, premiado como um dos 20 profissionais mais admirados de Compliance no Brasil, no anuário Compliance On Top 2021, 2020, 2019 e 2018. E Rodrigo Pironti, sócio do escritório Pironti Advogados, pós-doutor em direito pela Universidad Complutense de Madrid, doutor e mestre em direito econômico pela PUC-PR.