A reputação corporativa e marca não são a mesma coisa. A marca é construída de dentro para fora de uma empresa. Reflete o trabalho da empresa em definir características e personalidade de uma empresa perante a sociedade.
Por meio da marca, as empresas querem atrair consumidores em um formato estético e gerar maior engajamento da sociedade. Já a reputação corporativa se reflete na forma como a sociedade vê e compreende uma empresa. A reputação é construída externamente, enquanto a marca é construída internamente.
Segundo Patricia Punder – Especialista Internacional em Compliance, Investigações, Privacidade de Dados, Gestão de Crises e ESG, Sócia-Fundadora do escritório Punder Advogados e professora da LEC –, “A reputação é um ativo intangível, construído com ações consistentes/práticas éticas e com comunicação eficiente em sinergia, o que reflete o verdadeiro caráter e os valores de uma organização”.
Para que essa reputação seja sólida e duradoura, é necessário que as empresas adotem medidas efetivas que transcendem o marketing e o branding, ou seja, a comunicação pode até ser interessante e “bonita” sobre uma empresa, mas ela precisa refletir a realidade.
Como construir uma reputação corporativa sólida?
Para construir uma reputação corporativa sólida e confiável, é fundamental adotar medidas que vão além do simples marketing.
Essas medidas simbolizam um compromisso genuíno com a ética, a transparência e a responsabilidade social. A seguir, vamos apresentar algumas estratégias para ajudar você a trabalhar de maneira assertiva, seja como prestador de serviços ou colaborador, a fim de estabelecer e manter uma reputação respeitável e duradoura para a empresa.
1. Integridade com transparência
A base de uma boa reputação corporativa é a integridade. Isso significa que a empresa deve ser honesta em todas as suas comunicações e ações, tanto internamente quanto externamente. Transparência nas operações, divulgação de informações relevantes e uma comunicação clara sobre os desafios e sucessos são essenciais.
Exemplo: Uma empresa que publica relatórios de sustentabilidade detalhados e acessíveis demonstra um compromisso real com a transparência, ganhando a confiança de seus stakeholders.
2. Cumprimento das leis e regulamentações
Seguir as leis e regulamentações aplicáveis e implementar programas de conformidade rigorosos, é importante para evitar danos irreparáveis aos processos internos e relações com parceiros, além de sanções que podem comprometer a imagem da empresa.
Boas práticas: Implementar um programa de Compliance robusto, com treinamentos regulares para os colaboradores e um canal de denúncias ativo. Isso vai ajudar a assegurar que todos na organização estejam cientes e cumprindo as normas. Lembre-se também de que cada empresa é única, por isso, é preciso pensar no contexto de cada organização.
3. Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
As práticas de responsabilidade social vão além das exigências legais, refletindo um compromisso da empresa com a comunidade e o meio ambiente. Projetos sociais, iniciativas sustentáveis e uma cultura corporativa que valoriza a diversidade e a inclusão são fundamentais.
Exemplo: Empresas que investem em programas de educação para comunidades locais ou em iniciativas de redução de carbono mostram que se preocupam com o impacto social e ambiental de suas operações.
4. Engajamento dos colaboradores
Os colaboradores devem se sentir como os embaixadores da empresa. Uma empresa que investe no bem-estar/saúde mental, desenvolvimento profissional e reconhecimento de seus funcionários constrói uma reputação positiva de dentro para fora.
Boas práticas: Realizar pesquisas de clima organizacional, oferecer programas de desenvolvimento contínuo e criar canais de comunicação abertos entre a liderança e os colaboradores são medidas que fortalecem o engajamento e a lealdade dos funcionários.
5. Gestão de crises
A forma como uma empresa lida com crises é determinante para sua reputação. Ter um plano de gerenciamento de crises bem estruturado, que inclua comunicação eficaz e ações rápidas para mitigar danos, faz a diferença. Segundo Patrícia, que revisou e trouxe pontos assertivos para este conteúdo, “é preciso ter sempre consciência que não existem soluções mágicas para terminar com a crise. A gestão de crises é uma construção contínua e consistente”, afirmou.
Exemplo: Durante uma crise, uma empresa que comunica rapidamente as medidas que está tomando para resolver o problema e oferece suporte aos afetados demonstra responsabilidade e controle da situação.
Um ponto importante: Se a empresa ainda não passou por uma crise, continue com a prevenção de riscos. Por isso o programa de Compliance não é um projeto, mas sim uma ação contínua, como um organismo vivo dentro das organizações.
Como ativar as medidas no dia a dia das empresas?
Monitorar constantemente a percepção da empresa no mercado e entre os stakeholders permite identificar rapidamente quaisquer problemas que possam surgir e tomar medidas proativas.
A liderança precisa se atualizar constantemente
Uma governança corporativa sólida, com conselhos de administração independentes e práticas transparentes de gestão, contribui para a construção de uma reputação corporativa forte.
Por isso, é preciso prezar pela adoção de políticas de auditoria interna rigorosas e a criação de comitês de ética e Compliance que garantam a aplicação das melhores práticas de governança.
Os líderes de uma empresa precisam se preparar para desafios e precisam se desenvolver, a fim de direcionar melhor a companhia.
Bom relacionamento com os steakeholders
Manter um diálogo aberto e contínuo com todos os stakeholders, incluindo colaboradores, clientes, fornecedores, investidores e a comunidade, é fundamental para construir e manter uma boa reputação.
O engajamento eficaz vai além de simples interações; trata-se de ouvir ativamente, responder de forma transparente e incorporar o feedback recebido nas práticas empresariais. Isso cria um ambiente de confiança e colaboração mútua, essencial para a reputação corporativa.
Investimento em comunicação eficaz
A reputação não é marketing, como já citamos anteriormente, é preciso entender que a comunicação eficaz é imprescindível para transmitir os valores e ações da empresa de maneira clara e consistente.
Uma comunicação assertiva não só promove os aspectos positivos da empresa, mas também gerencia expectativas e reforça a confiança dos stakeholders.
Exemplo: Desenvolver campanhas de comunicação que destaquem os compromissos da empresa com a ética, a sustentabilidade e a responsabilidade social. Essas campanhas devem ser respaldadas por ações reais e mensuráveis, demonstrando que a empresa não apenas fala, mas também age conforme seus valores.
Boas práticas:
- Garantir que todas as comunicações, internas e externas, sejam alinhadas com os valores e a missão da empresa;
- Utilizar diferentes meios de comunicação, como redes sociais, newsletters, relatórios de sustentabilidade e comunicados de imprensa para alcançar uma audiência estratégica;
- Ser transparente sobre os desafios enfrentados e as medidas tomadas para superá-los. Isso inclui compartilhar tanto sucessos quanto áreas de melhoria.
- Contar histórias reais sobre o impacto positivo das ações da empresa nas vidas das pessoas e no meio ambiente. Isso humaniza a marca e cria uma conexão emocional com o público.
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