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Relações institucionais e governamentais e Compliance: uma parceria necessária

Não é nenhuma novidade que o setor privado se envolve  constantemente com entidades públicas e governamentais. Essa atividade é desenvolvida,  normalmente, pelo setor de Relações institucionais e/ou governamentais. Os profissionais  dessa área cuidam da organização e implantação de ações de relações públicas de  determinada empresa. Em resumo, criam um diálogo duradouro e constante com o setor  público, normalmente representado por atores dos poderes executivo e legislativo  (ministros de Estado, parlamentares etc.), para influência e debate a respeito de políticas  pública e, assim, sedimentam um canal de comunicação de mão dupla nesse âmbito. Além  disso, é notório que empresas também se relacionam com outros atores do setor privado,  através da participação de diálogos com associações empresariais, entidades sindicais e  outros similares. Essas atividades usualmente se voltam à sedimentação dos interesses do  setor.  

 A atividade de um profissional de relações institucionais e/ou  governamentais, apesar de não se limitar a esse escopo, é usualmente associada a  exercício do lobismo e, por isso, não costuma ser bem-vista pela sociedade no geral. Isso  decorre, especialmente, pelos constantes casos de corrupção que são cada vez mais  noticiados nos mais variados veículos midiáticos. E é por isso mesmo que o  estabelecimento de parcerias entre essa área e o setor de Compliance é cada dia mais  importante e necessário.  

 A atividade de lobby é bastante antiga e, por um histórico  relacionado a setores socialmente malvistos (lobby das armas, lobby dos cigarros, lobby dos agrotóxicos etc.), muitas vezes carrega uma visão negativa da sociedade. Entretanto,  a prática é comum e, frequentemente, garante a conciliação entre interesses públicos e  privados. Nesse sentido, antes de ser algo positivo ou negativo, essa prática é um meio de  consagrar a representatividade demandada por um país democrático e pluralmente  político.  

 A realidade é que essa atividade é, inclusive, reconhecida, há  alguns anos, pelo Classificação Brasileira de Ocupações, gerida pelo Ministério do  Trabalho e Emprego, e, em alguns países, é regulamentada legalmente – o Brasil, nessa  seara, caminha neste sentido, através do Projeto de Lei n. 1.202/2007, de autoria do  deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), já aprovado pela Câmara dos Deputados e em  apreciação pelo Senado Federal.  

 Ainda que não exista uma regulamentação dessas atividades, todo  trabalho desenvolvido pelos profissionais de relações institucionais e/ou governamentais 

na mediação e interlocução com stakeholders para o auxílio na tomada de decisão  necessita estar em conformidade com o ordenamento jurídico, com os princípios éticos e  com códigos de conduta pautados em transparência e compartilhamento de informações.  Esse tipo de conformidade é vital para afastar o risco de corrupção dos agentes envolvidos  e os consequentes danos à imagem de empresas e associações. E é neste ponto que a  necessidade de uma parceria entre Relações institucionais e governamentais e  Compliance é evidente.  

 Uma parceria firme entre as duas áreas certamente traz vantagens  e benefícios para ambos os setores. A existência de programas de conformidade, com  regras claras e assertivas a respeito do relacionamento com o setor público permite que a  atividade de relações institucionais e/ou governamentais se baseie em diretrizes seguras,  ao mesmo tempo em que previne a boa imagem empresarial e afasta riscos de subornos e  corrupções.  

 As atividades de relações institucionais e/ou governamentais são  circunscritas por uma linha tênue que as separa de atos ilícitos, como a corrução e a  improbidade administrativa. Por esse motivo, devem ser guiadas pela legalidade e pela  ética. Nesse ponto, o setor de Compliance é um excelente farol. Essa área, ainda, só tem  a se beneficiar com a melhor estruturação do exercício das relações institucionais e/ou  governamentais.  

 A conclusão, portanto, é que Relações institucionais e  governamentais e Compliance são áreas distintas, mas que devem sempre atuar de forma  conjunta: são setores parceiros, estratégicos e complementares que necessitam de  constante alinhamento! Com isso, todos os envolvidos, sejam eles do setor privado ou  público, sempre ganham! 

Artigo por Arthur Milanez, Analista de Relações Institucionais da Pluxee
Imagem: Freepik
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