A pergunta do “momento” é: Qual é o maior risco do seu negócio?
Com cenários financeiros e econômicos, políticos e geopolíticos, competitivos, tecnológicos, sociais e ambientais cada vez mais desafiadores, e uma sociedade (incluindo clientes e consumidores, imprensa, mídias sociais etc) cada vez mais exigente, atenta e ativa, a importância de se conhecer (em especial) os principais riscos de cada negócio é cada vez maior.
Investidores, executivos e o empresariado de forma geral geralmente entendem que o risco maior é a “quebra” (a chamada falência), mas costumam lidar bem com riscos de forma geral; o que gera a necessidade de classificá-los/priorizá-los.
Atuar no universo corporativo é muito estimulante, mas também desafiador, e empreendedores e agentes/integrantes das cadeias produtivas (e de valor) sabem que empreender é uma batalha constante.
Sobreviver e manter sua organização “operante” demanda muito trabalho, estratégica, esforço e dedicação, planejamento, ousadia, resiliência e diversas outras “competências” e características, que em certa maneira precisam ajudar a lidar com as oportunidades e com os riscos. Especialmente, no caso da temática que propomos com neste artigo: com os riscos.
Quem atua nesse mercado não pode, portanto, ter medo ou receio de incertezas, de pressões, de correr riscos, de críticas, de crises, de problemas, pois além de serem inerentes à própria atividade, sem eles não se ganha dinheiro (o que é fundamental para as organizações).
Como o risco é, então, “um dado” da atividade empreendedora e corporativa, é preciso que todos sejamos pacientes, e que procuremos não apenas aceitá-los como aprender a lidar com eles, a geri-los. De outro lado, apenas conhecendo os riscos se consegue mitigá-los.
A grande questão, que sempre se apresenta nesse contexto, é como identificar a aproveitar oportunidades, geralmente com ousadia e arrojo, que por sua vez ao menos indiquem que gerarão mais retorno do que perdas. Para “valer a pena” é preciso que ao menos a expectativa seja de “ganhar mais” do que “gastar/perder”.
Investidores e gestores buscam, assim, com maior ou menor ousadia, com maior ou menor análise de mercado, e com maior ou menor planejamento e arrojo, oportunidades que “valham a pena” – e que em princípio suplantem os riscos.
Para tanto, os riscos precisam ser estimados, conhecidos, precificados e (tanto quanto possível) geridos, e “balizados” pelo chamado apetite ao risco de cada empreendedor e empreendimento.
Em outras palavras, não basta que se conheça e identifique oportunidades, sendo fundamental que se tente conhecer também os riscos de cada segmento, de cada negócio, de cada empresa, e por vezes de cada produto e de cada serviço (em cada local e em cada momento).
No caso da sua organização, você de fato conhece o seu negócio a ponto de conhecer os principais riscos? E, caso os conheça, está atuando fortemente para evitar que se materializem?
Há atividades e decisões que envolvem tanto risco que pode ser difícil defender que alguém aceite, sendo comum que “poucos’ atuem dessa forma – ao menos em termos de responsabilidade. E muitas demandam enormes quantidades de recursos, para fazer frente aos investimentos necessários e apoiar no tocante às incertezas.
Esse monitoramento constante das diversas atividades econômicas, envolve experiência, técnicas, ferramentas e métodos, além de matrizes específicas, como as conhecidas matrizes de risco – que precisam ser constantemente aprimoradas, melhoradas e atualizadas.
Naturalmente, cada segmento, cada negócio e cada organização tem a sua matriz de risco específica, mas sustentamos que alguns dos principais riscos do mundo corporativo sejam “comuns” a todos, como o risco de imagem e de reputação.
Em certa medida, a maioria dos riscos corporativos tem implicações financeiras, e “com dinheiro” se consegue cobrir perdas/prejuízos, mas quando a imagem e a reputação da organização são afetadas, a crise tende a ser bem mais complexa.
Destacamos assim, que o grande holofote das áreas de risco, e em certa medida também de “compliance”, governança corporativa e jurídica deva ser alocada ao que pode vir a gerar essa crise acima mencionada. E nesse contexto destacamos os aspectos ligados à sustentabilidade e aos pilares ambiental e social.
Cada mercado e segmento precisa conhecer os seus principais riscos, e cuidar para que a exposição não seja exagerada.
Chamamos a atenção, porém, para riscos adicionais e “gerais” que toda organização corre (pelo simples fato de existir e de operar), que é comum a todas e nem sempre é lembrado ou bem equacionado; os chamados riscos de imagem e de reputação.
Se os riscos financeiros podem “dar muita dor de cabeça” e demandar dinheiro, investimentos, financiamentos e reforços de recursos, os riscos reputacionais são ainda maiores, pois podem destruir uma organização de forma quase imediata, e a depender dos danos não há “dinheiro que resolva”.
Estudiosos e especialistas em crise, e em sua gestão, bem sabem que a depender do ocorrido, é preciso um enorme esforço conjunto, envolvendo diversos profissionais e áreas, para rapidamente encontrarem maneiras de lidar com a referida crise, e evitar danos ainda maiores.
Destacamos, assim, a importância de cada organização mapear e criar protocolos e procedimentos para lidar com esses riscos (que nem sempre integram as matrizes de risco).
Uma das grandes medidas a serem tomadas é valorizar e fortalecer áreas de governança corporativa e de compliance, além de sustentabilidade, uma vez que é justamente no binômio social – ambiental que estão alguns dos principais riscos reputacionais da atualidade.
A chamada pauta e-esg vem sendo atacada por alguns, geralmente por conta de desconhecimento ou de ideologias (sem contar os aspectos erroneamente relacionados com certa frequência a partidos políticos – em diversos países). E geralmente os críticos não conseguem entender que a sustentabilidade corporativa plena começa justamente pelo pilar econômico (o “primeiro e” do e-esg).
Essa questão é tão importante e impactante quanto urgente, pois a falta de cuidado com questões socioambientais é um dos grandes fomentadores de riscos não estimados no universo corporativo atual.
A depender da gravidade, da magnitude e do impacto, certas questões socioambientais podem não ter explicação ou justificativa, e gerar crises tão grandes que “não se consiga resolver com dinheiro”.
São esses os riscos, e as consequentes crises, que atualmente precisam ser melhor mapeados, conhecidos e geridos, sob pena de surgirem danos de imagem e reputação que levem ao aniquilamento de organizações – no Brasil e no mundo em geral.
Surge, assim, uma nova “chamada” a gestores de riscos e de crise, que precisam considerar cada vez mais o que pode impactar negativamente uma empresa, de forma bem mais devastadora e rápida do que uma crise financeira.
Reiteramos, por fim, a grande máxima que todos temos que nos lembrar diariamente: “Conheça muito bem o seu negócio”! Em especial os riscos que podem de fato destruí-lo.
Retomando, assim, a pergunta título do artigo, você sabe qual é o maior risco do negócio? E está cuidando bem da organização, de suas escolhas, de suas decisões, de seus movimentos e da sua operação, para que ele não se manifeste?
Na sequência de conhecer o risco maior, o que se pode fazer para mitigá-lo? E qual é o plano de ação que você precisa implementar?
Lembre-se de que riscos, e em especial os seus impactos e consequências, são permanentes no campo dos negócios, e que os investimentos e as medidas que precisam ser tomadas para lidar de forma eficiente com todo esse contexto são sempre menos caras do que os danos que aparecerão se nada for feito (enquanto é tempo).
Reveja a sua matriz de risco, reveja o seu planejamento e o seu orçamento para o próximo ano, incluindo, sempre, o que for necessário para resguardar o seu ativo maior: sua reputação.
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