Muito além de um mascote, o LACquinho nasce como símbolo de um chamado urgente: semear respeito, empatia e consciência desde a infância, nas pequenas mãos que um dia vão liderar grandes decisões.
Tudo começa no berço
A primeira vez que li a íntegra da Lei Anticorrupção Brasileira (LAC), me fiz uma pergunta simples:
Será mesmo necessário escrever uma lei para dispor o óbvio?
A resposta chegou logo depois, na forma de outra pergunta:
Mas se fosse mesmo óbvio… precisaria estar na lei?
Caráter não nasce de decreto.
Ele é construído em silêncio — no dia a dia da infância, nos limites bem colocados, nos exemplos que não precisam de muitas palavras.
E aqui, não estou falando de classe social.
Estou falando de essência.
De DNA humano.
De energia e formação.
É por isso que, como profissional de compliance, compreendi que não basta criar regras e controles.
É preciso conhecer as sementes que compõem cada ambiente.
Faço aqui uma analogia direta:
as sementes são as pessoas.
Elas são o maior ativo de uma organização.
Por isso, é preciso olhar para a raiz —
entender o comportamento, a cultura, as referências.
Cada organização tem a sua.
E vale se perguntar:
você acha que o sucesso de uma empresa está apenas no produto ou serviço que ela entrega… ou nas pessoas que a sustentam?
É preciso enxergar antes da infração, antes da irregularidade, antes do desvio —
e atuar na base, com estratégia, educação, prevenção e escuta.
Quando um desligamento gera um nascimento
O LACquinho nasceu desse lugar.
Na época, eu acabava de ter o meu terceiro filho, o Nicolas.
O retorno da licença maternidade não aconteceu.
Foi abrupto, sem tempo para transição ou despedida da equipe.
O leite secava, o bebê no colo dormia — e algo dentro de mim gritava.
Eu queria vibrar numa frequência que fosse além da dor.
Queria focar na vida depois do desligamento.
E foi assim, com essa sensibilidade à flor da pele, que nasceu o LACquinho.
Vivia ali o que acontece — e ainda acontece — com milhões de mulheres nas organizações:
a interrupção não só de um ciclo, mas de um espaço de construção e identidade.
Mas o olhar atento à integridade gritava coragem para mudar.
Naquela época, eu atuava como líder da operação brasileira de um projeto que envolvia uma multinacional suíça com graves desafios reputacionais. Por cerca de sete anos, manuseei a LAC, as iniciais da Lei Anticorrupção, somando essa vivência aos ensinamentos estratégicos que absorvi ao longo de uma trajetória profissional marcada por projetos estruturantes de defesa e soberania nacional.
Projetos como o fascinante estado da arte da engenharia de concepção e fabricação dos cascos de submarinos com tecnologia Scorpène, no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos — o Prosub, da Marinha do Brasil —, entre tantos outros, não menos importantes, que ajudaram a construir o futuro da nossa pátria.
E foi ali, entre a dor do fim e a força do recomeço, que pensei:
Por que não transformar essas três letras — LAC — em um símbolo de esperança?
Com o coração de uma mulher que acabava de gerar uma vida, queimando de propósito, amamentava o finalzinho do leite que ainda restava
Olhava para o Nicolas, para o Theo e para a Helena e pensava:
Eles são o futuro.
Precisamos de algo que fale com eles.
Com as crianças.
Algo que dialogue com o futuro.
Com a origem dos valores.
Algo que fortaleça a capacidade permanente de criar, se reinventar, se adaptar, se renovar —
para que se tornem construtores de um mundo melhor, mais humano, mais ético, mais responsável.
Muito além de um bonequinho, o LACquinho representa o desejo de despertar um olhar atento e amoroso para as crianças —
que simbolizam hoje a esperança e a coragem de um futuro verdadeiramente sustentável.
Educação ética desde a infância: um caso real
O luto da vida real me ensinou sobre um outro tipo de luto que eu não sabia que existia: o luto corporativo.
A pele em jogo, a vulnerabilidade, a coragem de continuar amando mesmo em meio à dor — tudo isso me tornou mais apta a compartilhar. E é por isso que conto essa história: porque experiências também podem ser ferramentas de prevenção.
O LACquinho nasceu com propósito.
Ele foi desenhado antes da partida do meu marido — o pai dos meus filhos.
Como cristã e profissional da integridade, a conexão foi imediata:
às vezes, o que criamos para os outros acaba sendo, na verdade, um instrumento de cuidado para nós mesmos.
Para nossos filhos.
Para nossa própria jornada.
E quando isso acontece, é porque precisa ser compartilhado.
Para encorajar outras pessoas a atravessar crises que, mais cedo ou mais tarde, fazem parte dos riscos da vida.
Sim, ser profissional de compliance me ajudou a lidar com crises —
inclusive com as do Sistema de Gestão: Eu.
Meus filhos, ambos enlutados com a perda do pai, chegaram a uma nova escola.
Foram acolhidos com amor, com cuidado — e isso é importante dizer.
Mas, mesmo em um ambiente acolhedor, viveram situações que tocam justamente o universo das crianças, onde os valores ainda estão sendo moldados:
Um coleguinha sugeriu uma brincadeira chamada “Pelo menos eu…”
A intenção era chegar no momento de dizer:
“Pelo menos eu tenho pai.”
Já minha filha, no recreio, foi surpreendida por uma criança que nem a conhecia, dizendo:
“Você não deve ser feliz… você não tem pai, né?”
Helena, sagaz e resiliente como sempre, respondeu na hora:
“Como assim? E estou aqui como?
Mas sim, tenho! Tenho dois poderosos, minha filha.”
Conseguíamos visualizar a cena enquanto ela contava na hora do jantar.
Estávamos todos à mesa — e, sim, demos boas gargalhadas.
Até o Nicolas, com seus 2 aninhos, caiu no riso.
A reflexão que trago aqui vai além da dor da minha casa.
Vai para todas as casas.
Todas as escolas.
Todas as empresas.
Meus filhos viveram intensamente o pai da terra – saudoso e amado André Luiz, um pai presente, amoroso, cuidadoso. Esse mesmo pai que ensinou seus filhos a ter profunda intimidade com o Pai celestial.
Para eles, é eternidade.
O que realmente desperta curiosidade é quando outras crianças dão sinais de ausência – de empatia, de referência, de afeto.
Por isso, este é um sinal de alerta.
É sobre quem estamos formando.
Que valores nossas crianças estão absorvendo?
Que empatia está sendo ensinada — ou esquecida?
Com que base emocional e ética essas futuras lideranças vão ocupar os espaços de decisão?
A balança entre livros, rosas e celulares
Recentemente, fui impactada por uma imagem:
uma estátua no Japão retrata duas crianças em uma balança.
De um lado, um menino com um celular.
Do outro, uma menina com livros.
E ali, a menina pesa mais.
A metáfora é poderosa.
Lembrou-me imediatamente de Piero Calamandrei, que disse que numa balança da justiça, uma rosa pode pesar mais do que todos os códigos de direito.
Sim: livros, rosas, arte, imaginação, empatia — tudo isso pesa.
E talvez pese mais do que acreditamos.
Porque são esses os elementos que formam a consciência antes da conduta.
A cultura antes da política.
A ética antes da sanção.
Um mascote com missão
O LACquinho nasceu com esse propósito:
levar diálogos sobre dilemas éticos, as vezes até amargos, para onde ele ainda não costuma chegar.
Para o parquinho.
Para a sala de aula.
Para o universo lúdico.
Para o campo fértil da infância, onde tudo ainda pode ser transformado.
Porque a corrupção, essa que tanto desejamos combater, não nasce com manchete.
Ela começa pequena.
Na naturalização da exclusão.
Na brincadeira cruel.
Na ausência de empatia.
No exemplo que falta.
Por isso, o LACquinho existe: para lembrar que a integridade se aprende, se ensina, se cultiva.
O LACquinho é de todos nós
E o mais importante: o LACquinho não é só meu.
Ele nasceu comigo, sim — mas hoje ele é semente disponível para ser plantada por qualquer um, a qualquer momento.
É tempo de despertar as mentes das nossas crianças.
De alimentá-las com sensibilidade, amor, empatia, respeito.
Porque ética também se ensina com afeto.
E o futuro que tanto desejamos começa agora — dentro de casa, nas escolas, nas empresas.
E se o LACquinho for o próximo viral do bem?
Se o Labubu — aquele monstrinho fofo, sem causa definida — viralizou mundo afora…
Nas mochilas, nas vitrines, nos corações das crianças…
Imagina o que pode acontecer com o LACquinho, que nasceu com uma missão? 🌱✨
Estamos falando de um mascote com alma.
Com propósito.
Com semente.
Já pensou uma coleção cápsula do LACquinho by “Grife Respeito”? 🎒🧥
Ou talvez desfilando por aí com looks Gucci + ética?
Brincadeiras à parte, o mais importante é que essa semente precisa de solo fértil para florescer.
E é por isso que estou em busca do parceiro certo para fazer isso prosperar: você.
Porque se o Labubu conquistou pelo visual,
o LACquinho vai conquistar pelo valor.
E quando o afeto encontra propósito,
o viral deixa de ser só tendência —
e vira movimento.
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Imagem: Canva