A nova fronteira da gestão de riscos está sendo desenhada agora – e a inteligência artificial generativa é um dos principais vetores dessa transformação.
Nos bastidores da tomada de decisão em grandes empresas, há um desafio crescente: lidar com volumes cada vez maiores de dados para identificar riscos legais, regulatórios e reputacionais com agilidade e precisão. Em um cenário no qual o tempo é escasso e a rastreabilidade é mandatória, a capacidade de traduzir as evidências em insights se torna um diferencial estratégico.
Uma das inovações que vêm ganhando tração é o uso de modelos de linguagem de grande escala (LLMs) – semelhantes àqueles que impulsionam ferramentas como o ChatGPT – para automatizar análises e explicações sobre diligências de compliance e fraude. O que antes exigia tempo e interpretação manual, agora pode ser resumido em segundos, com clareza, organização e dentro das políticas de risco de cada empresa.
Uma nova era para diligências
Imagine uma solução capaz de varrer milhares de fontes de dados, cruzar informações como condenações em cadastros públicos, registros ambientais ou situação cadastral fiscal, e traduzir esses achados em uma explicação objetiva: por que um fornecedor foi reprovado? Quais os indícios de risco reputacional em uma contratação? Em conjunto com a inteligência de data analytics, a IA generativa amplia a capacidade dos motores de decisão de oferecer não só uma resposta – mas o racional por trás dela.
Esse avanço não diz respeito apenas à automação de tarefas, mas a uma mudança de patamar. O uso estratégico de IA está se consolidando como um pilar da gestão inteligente de riscos, especialmente no que tange ao onboarding de terceiros e ao monitoramento contínuo de parceiros e colaboradores. A decisão orientada por evidências, combinada com transparência e rastreabilidade, reduz vulnerabilidades e aumenta a confiança de auditorias e stakeholders.
Com a chegada dessa nova tecnologia, a abordagem baseada em dados ganha um novo capítulo: uma comunicação eficiente de resultados e análises para que as tomadas de decisões sejam ainda mais ágeis. O que só corrobora com a visão de especialistas de que o papel do compliance é cada dia mais estratégico para as companhias.
Do ponto de vista operacional, o impacto é claro: resumos inteligentes e automatizados eliminam gargalos, aumentam a eficiência dos times de compliance e viabilizam decisões mais rápidas – sem abrir mão do controle. E tudo isso com base em regras customizadas e adaptadas à realidade de cada organização.
Enquanto muitas empresas ainda enxergam a IA como uma promessa de futuro, outras estão antecipando esse movimento. A adoção de tecnologias generativas na jornada de conformidade já não é mais uma aposta – é uma resposta direta às novas exigências do mercado e à complexidade crescente do ambiente regulatório.
A pergunta, portanto, não é se a sua organização vai utilizar inteligência artificial para compliance, mas quando.