O modelo de corrupção montado pela Odebrecht e desbaratado com a operação Lava Jato era tão grande e com tantos tentáculos pelo mundo, que de tempos em tempos, novos personagens são apresentados pela Justiça.
Desta vez, Ricardo Alberto Martinelli Linares, cidadão panamenho e italiano, se declarou culpado perante um juiz na cidade de Nova York de lavar US$ 28 milhões dentro do esquema envolvendo a Odebrecht. Ele foi extraditado para os Estados Unidos da Guatemala em dezembro de 2021, assim como seu irmão Luis Enrique Martinelli Linares, também extraditado.
De acordo com o procurador-geral assistente Kenneth A. Polite Jr., da divisão criminal do Departamento de Justiça americano, Ricardo e Luis Martinelli Linares exerceram papel integral no esquema para enviar as propinas da companhia brasileira para um parente próximo dos irmãos, que mantinha um cargo de alto escalão no governo panamenho. Para isso, estabeleceram contas bancárias offshore em nome de empresas de fachada para receber e encobrir o dinheiro em operações usando o sistema financeiro dos Estados Unidos.
“A Divisão Criminal trabalhará com seus parceiros em todo o mundo para responsabilizar os indivíduos que usam nosso sistema financeiro para promover a corrupção e lavar recursos ilícitos”, reforçou o procurador. Segundo o DoJ, o esquema da Odebrecht movimentou mais de US$700 milhões em propinas para agentes públicos em diversos países. Ricardo Linares concordou em devolver US$18.9 milhões e deve ser sentenciado em maio deste ano. Ele está sujeito a uma pena máxima de 20 anos de prisão.
Artigo publicado originalmente na edição 33 da Revista LEC.
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