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Como as estratégias de Governança, Gerenciamento de Riscos e Compliance podem auxiliar as organizações a elevar os seus níveis de responsabilidade empresarial, colaborar com o desenvolvimento sustentável e gerar mais valor
A sigla ESG refere-se à expressão Environmental, Social and Governance e vem ganhando visibilidade, sobretudo com os desdobramentos da pandemia de COVID-19. A crise sanitária, atrelada à tensão econômica mundial, vem chamando a atenção das empresas e da sociedade como um todo para temáticas até então limitadas a determinados segmentos de negócio.
A temática ESG está centralizada em três pilares fundamentais: Sustentabilidade, Responsabilidade e Impacto Social que uma organização deve gerar, especialmente por meio do seu sistema de Governança Corporativa.
Em uma visão contemporânea, uma empresa, além de lucro, deve gerar valor. Investidores e agências de ratings passaram a considerar indicadores de ESG nas análises de performance financeira das empresas, sob o argumento de que as questões relacionadas a ESG afetam diretamente os riscos e retornos das empresas.
As estratégias de Governança, Riscos e Compliance vêm se consolidando, cada vez mais, como importantes ferramentas no auxílio às organizações para o estabelecimento de diretrizes fundamentadas, a longo prazo, que contemplem o crescimento econômico, a responsabilidade empresarial, assim como a utilização sustentável de recursos naturais.
Desenvolvimento sustentável e o modelo capitalista
O modelo capitalista consiste, em linhas gerais, em um sistema que tem por objetivo a geração de lucro e o acúmulo de capital. Esse modelo se expandiu e se desenvolveu a partir da Revolução Industrial e das políticas econômicas liberais.
Os mais diferentes impactos gerados, não somente na economia, mas no meio ambiente, nas relações de trabalho e emprego, na desigualdade social e na higidez da democracia, parcialmente atribuídos ao sistema capitalista, intensificaram nos últimos anos os debates sobre a sustentabilidade e a responsabilidade empresarial.
Atualmente, ainda que essa preocupação esteja baseada na adoção de práticas empresariais que busquem resultados a curto prazo, sem que haja atenção aos seus efeitos colaterais e preocupação com as gerações futuras, vem se tornando cada vez mais urgente a necessidade de uma consciência não somente econômica, mas também social e ambiental sobre o crescimento e o desenvolvimento sustentável.
Assim sendo, nos últimos anos diferentes iniciativas e planos de ação vêm sendo lançados em nível mundial propondo metas e objetivos, em consonância com uma agenda comprometida em diminuir os impactos gerados, bem como reforçando o papel fundamental nesse processo dos setores público e privado, além do terceiro setor.
O que é GRC e qual sua conexão com o ESG?
A sigla GRC se relaciona à expressão Governança, Riscos e Compliance. A conexão parte justamente na última letra da sigla ESG (Environmental, Social, and Governance). Na melhor acepção, refere-se a efetivos sistemas de Governança Corporativa ou Governança Pública, de Avaliação e Gerenciamento de Riscos, a partir da adoção de Controles Internos, bem como de Conformidade e Integridade. Algumas definições são essenciais para se compreender a distinção e a relação entre eles.
Governança Corporativa
Esse termo é utilizado para designar o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas e gerenciadas, abarcando o relacionamento entre todos os agentes envolvidos.
Ressalta-se que, todas as organizações possuem sua governança e espera-se que esta esteja alinhada com as boas práticas capazes de conciliar os interesses de seus acionistas e executivos com os objetivos e necessidades da própria organização.
Gerenciamento de Riscos
. Além dos riscos inerentes às operações das organizações, assiste-se a uma precarização crescente e massiva das condições de existência, ao crescimento dos índices de desigualdade social e de incertezas quanto às condições de emprego, saúde, segurança, sustentabilidade, dentre outros aspectos, tornando-se a exposição aos riscos generalizada.
O gerenciamento de riscos é interativo e auxilia as organizações no estabelecimento de estratégias para o alcance de objetivos e tomada de decisões assertivas.
Compliance
Atualmente, a sociedade vivencia um momento de transformação, sobretudo de comportamento e na relação entre os setores público e privado, pautando-se, fundamentalmente, em uma conduta ética e íntegra.
Normas nos sistemas internos e tratados internacionais se firmam, cada vez mais, como importantes ferramentas que buscam responsabilizar pessoas jurídicas por atos de corrupção e outros desvios, principalmente, realizados contra o interesse público.
Tais práticas favoreceram a difusão de Programas de Compliance, que se qualificam como um sistema de gerenciamento de riscos que integram mecanismos metodologicamente pré-estabelecidos.
Portanto, é de extrema importância que estratégias e práticas de GRC estejam diretamente alinhadas e interconectadas aos critérios de ESG, os quais devem ser implementados ou revisados pelas empresas, nesse momento de intensa demanda sobre o tema.
Assim, toda organização, de acordo com o seu porte, segmento de atuação e riscos envolvidos em suas atividades, deve atualizar-se e incorporar tais práticas. A desatenção à temática pode sujeitar a riscos de impactos elevadíssimos, capazes de colocar em jogo a própria continuidade dos negócios. Aqui, tardar pode ser sinônimo da falhar!
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