Na empresa de benefícios Pluxee, o compliance tem papel fundamental na governança do uso da inteligência artificial

TATIANNE JUNCO, DA PLUXEE: na empresa, a premissa é unir a IA à inteligência humana.
A relação da Pluxee, companhia francesa de capital aberto que opera na área de benefícios, com a inteligência artificial (IA), em linhas gerais não é muito diferente das que existem em praticamente todas as grandes empresas ao redor do mundo: o seu uso já é uma realidade e ninguém vai lutar contra isso.
Mas a Pluxee tem focado em garantir a governança e os princípios éticos na aplicação de IA dentro da empresa, estabelecendo diretrizes iniciais e promovendo a conscientização dos funcionários sobre o uso seguro da tecnologia. E o papel da área de Compliance é garantir que os pilares e políticas da companhia se façam presentes na aplicação da IA. Para Tatianne Junco, diretora de Governança e Conformidade da Pluxee no Brasil, trata-se de trazer conceitos como o by design e o embeded – muito utilizados em processos relacionados à segurança da informação, privacidade e proteção de dados e questões regulatórias -, para a governança da IA. “Ou seja, considerar os aspectos de governança da tecnologia desde a concepção dos projetos para sua adoção e não apenas quando a tecnologia já estiver inserida no nosso dia a dia”, reforça a executiva.
Como vem se dando em todo o universo corporativo, a Pluxee está aplicando a IA para ganhar eficiência nas suas operações. Tatianne e seu time não estão preocupados em determinar qual tecnologia ou em qual processos a IA será aplicada dentro da empresa. Essas são discussões técnicas de como utilizar, criar os agentes, substituir ou integrar as ferramentas nos processos… O papel do compliance é o de garantir que, sejam quais forem as escolhas, a governança e a manutenção dos princípios éticos da empresa estejam contemplados nas escolhas da companhia. “Os funcionários desejam utilizar a tecnologia, mas esperam que a empresa forneça um ambiente seguro para isso. Há um esforço coletivo para a adoção segura da IA”, acredita Tatianne.
A Pluxee já estabeleceu diretrizes iniciais para o uso de IA pelos funcionários alinhadas com os pilares da empresa, e também incluiu bloqueios nos sistemas corporativos para minimizar o uso indevido da tecnologia. Para disseminar os principais conceitos das diretrizes de IA, a companhia realizou treinamentos e criou materiais de leitura rápida. Mas essa é apenas uma parte do trabalho de governança de IA realizada pela área de Conformidade, a mais simples, provavelmente. O maior desafio é manter a conscientização dos funcionários sobre o uso correto da tecnologia, cuja evolução se dá em ritmo impressionante, o que gera novos dilemas (éticos inclusive) que precisam ser considerados na definição da adoção de novas ferramentas e funcionalidades baseadas na IA. Até porque, nenhuma empresa conseguirá evitar completamente o uso indevido da IA, daí que a conscientização contínua dos funcionários é a ferramenta mais forte para mitigar esses riscos.
A estratégia da companhia francesa é combinar a inteligência artificial com a inteligência humana (IH) para otimizar processos sem perder a proximidade com clientes e parceiros. Assegurar isso é um aspecto importante para a governança da IA na companhia e uma das principais missões do compliance da Pluxee. “Estamos muito fortes nessa missão de aproveitar a eficiência oferecida pelas ferramentas de IA, mas mantendo os nossos princípios na questão do relacionamento e da proximidade com os nossos clientes. É juntar IA com inteligência humana (IH), a gente faz essa correlação”, diz Tatianne.
Como uma empresa de capital aberto e controle francês, a operação brasileira da Pluxee se vale do conhecimento gerado pelas discussões avançadas em relação à governança de IA que acontecem na Europa, a região do mundo mais avançada em discussões relacionadas a temas como privacidade e regulamentação da IA. A empresa está acompanhando de perto essas discussões e vê como um ganho estar à frente na criação de diretrizes e na implementação de treinamentos e no processo de aculturamento sobre o assunto aqui no país. “A governança da IA é uma agenda muito forte e importante para o futuro dos negócios e na Pluxee Brasil já temos um olhar avançado para isso”, conclui Tatianne Junco
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