Compliance é sem dúvida a maior ferramenta de Gestão Empresarial desenvolvida nos últimos 30 anos. Quando por volta dos anos 2000 os estudiosos debruçaram em cima do maior caso de fraude da época, com foco em como preservar Empregos perdidos, impacto na cadeia de suprimentos e investidores, não imaginavam que estavam criando uma verdadeira ferramenta de sustentabilidade para as Empresas.
Claro que nos últimos 30 anos, esta ferramenta foi muitas vezes desfocada dos principais pilares para atuarem especificamente em temas de emergenciais para as Empresas e economias como anticorrupção e fraudes. Porém, no Compliance moderno, aquele que joga ao lado do negócio e faz definitivamente com que o Compliance Officer transforme o seu posicionamento com um real Chief Compliance Officer, o Compliance vai além dos temas emergenciais.
Programas de compliance moderno, consideram os 3 pilares que garantem a nossa sustentabilidade devem estar na agenda dos Compliance Officer, que são; Cultura, Reputação e Patrimônio Financeiro.
Cultura, são os valores e os costumes das Empresas, que devem ser escritos, comunicados à exaustão, nos Códigos de Ética e Conduta. Somos pessoas que vem de diferentes origens, classes sociais, níveis educacionais, que se reúnem em um CNPJ, e temos que combinar as regras do jogo, para agirmos como uma unidade. Todo os dias pessoas entram e saem de nossa Empresa, o que torna a Cultura, uma difícil missão de se estender na organização. Comunicação, treinamento e voz às pessoas que identifiquem desvios, através dos Canais de denúncias, são ferramentas imprescindíveis de manutenção.
Reputação, tema sempre relevante para qualquer pessoa e Empresa que ganha uma notoriedade quase que crítica com o advento da internet e das mídias sociais. As dimensões que temos observados nos dias de hoje, impactados pelas “viralizações” em posts livres nas mídias sociais, transformam e entregam poder aos stakeholders. Definir os riscos que nossas Empresas possam enfrentar, sejam de abusos, assédios e relacionamento com setor público, mas também aspectos que levem condições novas, como considerações da preservação do meio ambiente em que vivemos, retorno as sociedades, devem estar na pauta dos Compliance Officers. ESG não é uma disciplina externa a área de Compliance e sim, deve estar contida nas funções de estarmos em conformidade.
Patrimônio Financeiro, que vemos nos dias de hoje, levando empresas a ruínas, por fraudes financeiras, desvios e conflitos de interesses. Segundo a ACFE (Association of Certified Fraud Examiners / Associação de Examinadores Certificados de Fraudes), 5% das receitas das Empresas são perdidas por fraudes e a implementação dos devidos controles podem reduzir em até 50% desta perda. Por essa razão, esta poderosa ferramenta que é o Compliance, ganha notoriedade e importância dentro da Gestão das Empresas. Cabe ao Compliance Officer estabelecer a estratégia e o novo posicionamento junto a alta gestão para que ela possa ganhar a devida importância.