Quem deseja migrar para a área de Compliance precisa compreender bem o ramo para tomar a decisão com mais assertividade e também para construir uma trilha profissional de sucesso.
Unimos neste artigo algumas dúvidas frequentes, são elas:
- O que é Compliance?
- O que faz um Compliance Officer
- Como funciona um Programa de Compliance
- Como dar os primeiros passos para começar no setor?
- Quais são as habilidades buscadas em um profissional de Compliance?
- Existem muitas oportunidades na área?
- Qual é a remuneração média de um profissional de Compliance?
- Por que é importante obter uma certificação profissional?
Com base nestes tópicos, você poderá compreender a área de uma maneira geral e iniciar sua transição com mais segurança.
Como migrar para a área de Compliance?
Migrar para a área de Compliance, assim como para outros ramos, é bastante desafiador, afinal, é um movimento que impacta não somente a carreira, mas outras áreas da vida. Tomar uma decisão como esta requer responsabilidade e atenção a cada detalhe.
O primeiro passo, sem dúvidas, deve ser buscar ainda mais conhecimentos sobre o ramo e entender suas possibilidades. Portanto, se você chegou a este conteúdo, significa que está seguindo o trilho corretamente.
Mudar de carreira exige algumas habilidades específicas, bem como ações direcionadas ao novo alvo, por isso, vamos explicar pontos mais abrangentes sobre o segmento, além de entrar em tópicos específicos, visando que você tenha uma boa base para dar o próximo passo.
Entenda desde o conceito de Compliance até detalhes sobre remuneração e certificação!
1. O que é Compliance?
Pode ser que você já tenha ouvido falar sobre Compliance, principalmente por ser uma área que está em crescimento contínuo, mas talvez ainda não saiba exatamente o seu significado.
O termo tem origem inglesa e deriva da expressão ‘to comply with’, ou seja, ‘estar em conformidade com’ — em tradução livre.
Compliance é agir de acordo com a lei, com as normas, com as políticas internas de uma organização e, em outras palavras, é fazer o certo da maneira correta.
Também é importante compreender que, com o tempo, alguns conceitos ganham novas interpretações. Tendo em vista tantos acontecimentos relacionados à corrupção, a abrangência do termo foi mudando e está mais focada no que diz respeito a este assunto e à Lei Anticorrupção. Nesse sentido, um programa de Compliance existe para que uma empresa crie mecanismos que evitem a prática de atos ilícitos, como corrupção ou fraude.
Por mais que muitos possam pensar que algumas organizações não passam por eventos de corrupção ou fraude, é preciso ter atenção. Muitos estudos indicam que todas as organizações estão vulneráveis a isso, pois uma fraude pode acontecer em proporções variadas, não somente em larga escala.
Empresas são feitas de pessoas e cada uma é diferente, por isso não há como garantir que todos os profissionais vão agir da forma esperada.
Sendo assim, toda instituição precisa de um setor de Compliance, até mesmo porque sua reputação está diretamente relacionada ao seu valor no mercado.
2. O que faz um Compliance Officer?
Outra dúvida comum de quem deseja migrar para a área de Compliance é sobre as atividades de trabalho do Compliance Officer, o profissional responsável por gerir o programa de Compliance.
Ele deverá desenhar e implementar um programa de acordo com boas práticas que já estão sendo bem estabelecidas mundialmente, mas também deve adaptar os pilares do programa de Compliance de acordo com a realidade de cada empresa.
Na próxima dúvida, vamos abordar quais são esses pilares, mas você já precisa saber que este profissional preza por cada um desses pilares e que cada programa de Compliance é diferente. O Compliance Officer precisa entender o cenário geral e também a realidade da empresa em que vai atuar.
3. Como funciona um Programa de Compliance?
A seguir, temos os 10 pilares de um programa de Compliance, mas lembre-se de que você irá personalizar a implementação de acordo com o contexto da empresa.
O programa de Compliance é “vivo”, ou seja, não é estático, ele precisa fazer sentido para o momento do mercado e para a maturidade da empresa.
Pilares de um programa de Compliance eficaz:
- suporte da alta administração — que deve demonstrar compromisso com o programa, com ações e declarações que reforcem a mensagem de compliance.;
- análise de riscos — para compreender os cenários e identificar pontos de vulnerabilidade. Em palavras simples, é o estudo para identificar onde tudo pode dar errado, entre os riscos de Compliance;
- Código de Conduta Ética e políticas de Compliance — para documentar o que deverá ser regulado e controlado, de acordo com os riscos que foram levantados;
- controles internos — para tentar garantir que o Código e as Políticas sejam seguidos e identificar possíveis violações;
- treinamento e comunicação — a fim de informar os componentes do programa de Compliance para os colaboradores, que são parte fundamental para o funcionamento e eficácia de cada etapa;
- canal de denúncias — para dar às pessoas a possibilidade de comunicar possíveis violações à lei ou ao programa de compliance, com a preservação do sigilo, garantia de anonimato e não retaliação do denunciante;
- investigações internas — para que apurar possíveis violações ao programa de compliance, a partir de denúncias recebidas ou outras informações que mereçam apreço;
- Due Diligence — para conhecer e avaliar os terceiros que terão relacionamento comercial com a empresa;
- monitoramento e auditoria — a fim de testar e garantir que o programa está funcionando;
- diversidade e inclusão — para zelar pelo respeito às pessoas e eliminar vieses capazes de ofuscar a visão da empresa sobre o que é o certo, a partir da pluralidade de opiniões.
4. Como dar os primeiros passos para começar no setor?
Independentemente da sua graduação, tenha em mente que seu curso não preparou você para ser um profissional de Compliance, uma área multidisciplinar e que exige conhecimentos em vários assuntos.
Há quem pense que o profissional de Direito tem vantagem no ramo, por ter o conhecimento das leis. Isso ajuda, sem dúvidas, mas por outro lado, esse bacharel não aprendeu na faculdade a fazer uma matriz de riscos, bem como realizar treinamentos internos. Ou seja, não possui todos os conhecimentos técnicos necessários para iniciar na área.
Profissionais de outros ramos também passam por isso. Podemos até citar outro exemplo, como é o caso de quem é do segmento de contabilidade, apresentando muito conhecimento sobre questões financeiras, mas, em contrapartida, sem o domínio de outras particularidades, como a criação e a gestão de um canal de denúncias.
Apresentamos esses dois cenários apenas como exemplos para que você entenda que pessoas de todas as áreas precisam buscar conhecimento técnico para ingressar no ramo. É indispensável realizar um bom curso preparatório, que englobe todos os assuntos importantes e necessários para atuar em Compliance.
Além disso, criar uma rede de relacionamentos, ou seja, fazer networking e criar novas conexões também é um passo que deve vir em seguida do aprofundamento técnico.
Depois de começar a estudar e criar relacionamentos, uma terceira dica é desenvolver habilidades específicas para atuar nessa área — serão citadas no tópico seguinte.
5. Quais são as habilidades buscadas em um profissional de Compliance?
Quando o assunto são as habilidades para se tornar um profissional de Compliance, é preciso separar em hard skills e soft skills, ou seja, em habilidades técnicas e comportamentais.
Sobre conhecimento técnico, busque aprender tudo sobre o desenvolvimento e a gestão de um programa de Compliance. Faça um curso em uma escola de primeira linha e tenha um embasamento completo.
Também é recomendável desenvolver habilidade em uma língua estrangeira para crescer no setor, como inglês ou espanhol, já que Compliance é uma área com relação internacional relevante.
Sobre as habilidades comportamentais, ter uma boa comunicação é essencial, a fim de se portar como um agente de transformação cultural. Nesse sentido, também é importante ser uma pessoa diplomática e que tem uma visão ampla para gerenciar projetos e tarefas, tendo em vista que, muitas vezes, os setores têm um número reduzido de pessoas.
Para complementar, se você for um profissional que consegue entender o cenário em que a empresa está inserida, terá como se destacar. As organizações precisam de um Compliance Officer que não foque apenas em uma dor, mas que entenda o negócio e tudo o que diz respeito a ele.
6. Existem muitas oportunidades na área?
Apesar de ter se tornado um assunto recorrente nos últimos anos, o setor de Compliance ainda é considerado novo e está em crescimento. Houve um tempo em que o assunto protagonizou em meio a outros ramos de mercado, por conta de eventos de corrupção e surgimento de novas legislações, mas ainda continua em alta e também está em um desenvolvimento crescente.
Como essa nova área foi criada e muitas empresas ainda estão montando seus departamentos, profissionais do ramo estão sendo muito requisitados. Além dessas organizações, também existem os escritórios de Advocacia que estão à procura de profissionais da área, pois abriram setores especializados em Compliance É comum encontrar equipes jurídicas robustas para atuar em grandes investigações.
A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) também movimentou o ramo desde a sua criação e, agora, com o início das aplicações das penalidades, também está gerando uma grande visibilidade para o segmento, gerando ainda mais oportunidades.
7. Qual é a remuneração média de um profissional de Compliance?
Esta dúvida é recorrente. Tudo vai depender do nível de carreira, do setor em que vai atuar, bem como do porte da empresa contratante.
De todo modo, podemos traçar um paralelo com outras áreas de suporte, a fim de fazer uma comparação. A área jurídica tem certa proximidade e, com relação aos cargos, temos um cenário em que um Analista de Compliance de nível júnior, pode ter uma remuneração parecida com a de um Advogado júnior, de aproximadamente R$ 5 mil reais (em 2022).
Passos à frente, a remuneração de um gerente supera os R$ 20 mil e, em cargo de diretoria, ultrapassa R$ 30 mil. Mas tudo dependerá dos fatores citados, além da variação de mercado e do momento econômico.
Observando especificamente o departamento de Compliance nas empresas, a remuneração geralmente é atrativa. Nos escritórios, advogados especialistas em Compliance têm remuneração similar a dos demais ramos consultivos, que geralmente superam as do segmento contencioso tradicional.
Lembre-se de que, por ser uma área ainda nova, a alta demanda por profissionais qualificados tende a inflacionar os salários, seguindo a lei da oferta e da procura.
8. Por que é importante obter uma certificação profissional?
Em um mercado não regulamentado e que não tem uma graduação específica, é preciso se diferenciar. A certificação profissional segue práticas internacionais que reconhecem competências, independentemente do modo pelas quais foram adquiridas e, ainda, atendem aos critérios estabelecidos por normas da ABNT.
Isso significa que ao conquistar sua certificação, você demonstra o reconhecimento das suas habilidades por um organismo imparcial.
Por exemplo, a LEC oferece as suas certificações em parceria com a FGV Projetos para reforçar ainda mais a imparcialidade e a independência de todo o processo, o que lhe confere alta credibilidade.
Por outro lado, a certificação dá mais segurança aos contratantes em relação aos profissionais. Estar diante de um candidato com uma certificação é mais seguro, pois as competências dele já foram validadas por meio de um exame e isso é uma garantia de que esse profissional teve seus conhecimentos testados.
Nos últimos anos, com o foco crescente em proteção de dados, por exemplo, muitas pessoas aproveitam da alta demanda para se apresentarem como especialistas, mesmo sem terem conquistado uma certificação, ou quiçá conhecimentos basilares no assunto.
Nesse cenário, os verdadeiros especialistas, os profissionais certificados, ganham destaque e se diferenciam, afinal, eles têm como comprovar que sabem o que estão fazendo.
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Redação LEC
Imagem: Freepik